Entrevista:
1- Olá Jhey, muitíssimo obrigado por aceitar o nosso convite. Para dar início a nossa entrevista, você poderia nos contar um pouco sobre quando você resolveu ser escritora e desde quando você escreve?
Olá Walli e Carol, eu é quem agradeço pelo convite. É uma honra.
Eu comecei a escrever aos quinze anos de idade, então faz mais de dez que escrevo J. No início, eu escrevia em meus cadernos só para mim, sem intenções de publicação. Com o tempo comecei a mostrar para minhas amigas e amigos do Colégio e eles começaram a me incentivar a transformar os meus cadernos em livros, porque segundo eles, a trama refletia muito aquele mundo colegial e de entretenimento que todos eles gostavam de ler. Foi a partir dos 20 anos que resolvi passar tudo para o computador e tentar publicar. Eu fazia uma revisão atrás da outra, acabei optando pela Faculdade de Letras para que eu mesma pudesse revisar com qualidade o meu próprio livro, além de ser um curso que envolve tudo o que mais amo... Livros, leituras, escritores...
2- O seu livro, nomeado “Feridos”, é uma Auto-Publicação, nos diga, para você essa foi à melhor opção para publicar o seu livro ou você tentou algum outro meio distinto?
Honestamente eu tentei sim outros meios, e vou revelar o motivo pelo qual não deu certo, ao menos para mim, outras opções.
Acredito no potencial do meu livro, e cinco editoras também acreditaram, ou não teriam me aceito. E não estou me referindo apenas a editoras pequenas, editoras de grande porte também. A questão é... Financeira. A editora que me pediu o menor valor, pediu um montante de onze mil reais. Se outros escritores possuem esse valor, graças a Deus por isso, mas eu não possuo. Então pensei, não vou ficar aqui parada, deixando o tempo passar, sem nada acontecer. E foi assim que decidi pela auto publicação, que para mim foi e é a melhor opção. A questão financeira foi o principal motivo, o segundo, foi que, tem algumas editoras que possuem um hábito horrível e que eu abomino, de querer modificar a trama, ora, os escritores sabem o que estão escrevendo e o que querem da própria trama. É claro que precisamos ter o bom senso do que escrevemos, mas a partir do momento que querem se apossar e modificar a sua trama, não é mais você, a sua essência fica perdida, e isso é algo que eu não admito e nunca vou admitir. Escrevo aquilo em acredito e tenho os meus valores, e isso ninguém vai conseguir tirar ou mudar em mim. Se eu não for autêntica, essa não sou eu.
3- Além de ser escritora, você exerce alguma outra profissão?
Sim. Sou revisora e professora. Até esse momento revisei dois livros de duas escritoras incríveis e maravilhosas. Francine Locks, livro Reviver e Carine Raposo, livro O Penhasco, além de revisar trabalhos de faculdade e outros. Sou professora particular de língua portuguesa, com ênfase na literatura, e preparação para Enem e Vestibular, especialmente no quesito Redação. Sou copidesque, mas no sentido de que ofereço a minha orientação de trama quando sou requerida, bem como orientação de cenários e personagens.
4- Eu estou ansioso para ler o seu livro. Qual obra literária (nacional ou não) foi a sua maior influência para escrever “Feridos”?
A minha maior influência em primeiro lugar, foi minhas experiências no Colégio, uma das épocas mais maravilhosas da minha vida, e eu queria compartilhar com o mundo através dos meus livros. A segunda influência foi o escritor brasileiro Pedro Bandeira, com a série “Os Karas” uma série adolescente maravilhosa que eu amo até os dias de hoje, e sinceramente, ainda aguardo junto a muitos outros leitores e fãs, uma continuação, afinal, a Magri precisa ficar com o seu “Kara” , mesmo que isso fira outro “Kara”, enfim, muitos leitores torcem por ela e... Vocês terão que ler o livro para descobrir.
5- Descobri que você adora escrever contos de terror. Qual é o tema que lhe chama mais atenção, dentro do gênero Terror?
Edgar Allan Poe é a melhor resposta. Ele trabalha com os medos mais profundos, mais escondidos do ser humano, e é com esses temas que eu gosto de trabalhar. O terror psicológico, a tensão psicológica, todos temos medos, e em algum momento, vamos nos identificar com algum deles através dos escritos de Edgar Allan Poe. Então eu gosto do tema medo, é o que me chama a atenção.
6- Qual é o seu maior sonho de escritora?
São muitos. Mas o maior deles é que meus livros alcancem leitores por todo o Brasil, e quem sabe um dia, pelo mundo, e que esses leitores, possam me contar como a leitura dos meus livros mudou algo dentro deles, na vida deles. Eu não quero só alcançar leitores, quero alcançar mudanças profundas e significativas nas pessoas. Saber que uma frase, um tema, lidos em meus livros, transformou a vida de alguém é o que espero do fundo do meu coração.
7- “Feridos” será uma série de livros, quantos livros serão? O segundo livro já está por vir?
Ainda não sei quantos serão, porque as ideias não param de surgir em minha mente, mas com certeza, serão mais de cinco J
Sim, o segundo livro já está a caminho e já vou avisando, é muita ação, é muita aventura e, um novo romance...E é dessa forma que serão todos os outros livros, sempre com novos temas e novos personagens, eu amo trabalhar com muitos personagens.
8- Em sua opinião, os brasileiros não valorizam os livros nacionais ou eles não são divulgados devidamente?
Há um tempo, os escritores brasileiros não eram tão valorizados quanto agora. Sim ainda há muito o que fazer, o nosso país é muito pobre no quesito investimento em cultura, em escritores, parece que os grandes investidores acreditam em tudo, menos em nossos escritores. Quantas vezes vemos um grande empresário, uma empresa de renome dar a cara a tapa e dizer, “estou investindo nesse escritor”. Não vemos, e se isso acontece, é bem escondido.
A divulgação está forte, está até concorrida eu diria, embora eu creia que há espaço para todo mundo sem criar disputas. Tem que haver união, da forma que estamos vendo acontecer com os blogs, páginas no facebook e os canais literários. São essas pessoas que fazem a diferença, que acreditam em nós escritores e que fazem a nossa divulgação com o mesmo carinho, amor e dedicação que escrevemos nossos livros.
9- O que você costuma fazer para conseguir inspiração e ideias para escrever?
Leio. Os livros são as melhores fontes de inspiração. Releio os meus próprios escritos e a partir deles obtenho novas inspirações. Assisto filmes, séries, principalmente as coreanas, que são na minha opinião as séries mais criativas que eu já vi. Ouço músicas, tenho uma para cada cena que vou escrever, ouço desde as brasileiras até as sul coreanas, japonesas...
10-Você indicaria a Auto-Publicação para escritores novatos?
O que eu indico é não deixar os seus livros, os seus sonhos, engavetados junto ao não de uma editora, ou a falta de condições financeiras. Eu indico que todos lutem pelo que acreditam, mesmo que ninguém mais acredite. Então se existe a opção da auto publicação, por que não tentar? Eu indico sim.
11- Quais livros nacionais você nos indicaria?
Série Os Karas do escritor Pedro Bandeira.
Capitães da areia do escritor Jorge Amado.
A Moreninha do escritor Joaquim Manoel de Macedo.
Venha ver o pôr do sol da escritora Lygia Fagundes Telles.
Reviver da escritora Francine Loocks.
Meu erro da escritora Cinthia Freire.
12- Eu estou curioso, afinal, em “Feridos” tem algum casal romântico? Fale um pouquinho sobre o seu livro.
Sim, romance é algo que não pode faltar. Nancy e Kürt, vivem um relacionamento conturbado. Ela é uma garota problemática e está presa em um mundo muito triste, onde muitos jovens se perdem e infelizmente quase nunca voltam para nos contar como superaram. Ele é um dos irmãos Slater, que são conhecedores das Artes Marciais. Mas Kürt é o irmão problema, sempre está com uma das gangues de rua local, que são o Panteras Negras. Outro casal de destaque é a protagonista, AngelLee e xxx vocês vão descobrir quem será ele... Ela é uma garota dócil, que valoriza a amizade acima de tudo, valoriza a palavra dada, valoriza a honra e defende seus ideais. Mas ao se envolver com xxx ela conhece outro mundo. Um mundo sombrio, triste, dramático, horrível em certos momentos... Ele está sofrendo muito com tudo o que está acontecendo, ele vê coisas que já não sabe mais se são reais, ele se machuca para aliviar uma dor que não passa, e é nesse estado, que muitas vezes AngelLee o encontra.
A trama gira em torno de dramas, internos, externos... Gangues, máfia, armas de fogo e armas ninjas, sim, há ninjas na trama, e com o tempo eles irão se revelar... Tem romance, amizade, valores que devem resgatados dentro de nós.
E dentro do drama, além da dor da perda, dor da traição, haverá assuntos muito delicados como alucinações, automutilação. Afinal, o que se passa dentro da mente de uma pessoa para ela se automutilar? Depende da situação em que a pessoa está vivendo, mas o objetivo é sempre o mesmo, causar uma dor maior. Silenciar a dor psicológica com a dor física. Não é um assunto que se possa desdobrar em apenas um livro, então teremos uma série para que esse tema seja abordado junto a outros temas igualmente delicados e dolorosos.
13- Sou apaixonado por dragões, é verdade que encontrarei alguns em “Feridos”? Além dos Dragões, quais outros seres místicos iram aparecer no decorrer da estória?
É uma pergunta muito interessante, muitas pessoas confundem o fato de ter um Tigre na capa, e o fato de que menciono muito Os Dragões... Mas esse não é um livro de seres mitológicos. É um drama. E parte dele é baseado em fatos reais. Alguns vivenciados por mim, outros vivenciados por amigos e amigas, outros por estudo de caso ou entrevistas que realizei. A trama é construída através de tensões e sofrimentos psicológicos. Tigres, Dragões, Panteras Negras, são gangues, são facções. Optei por separar entre facção, gangue e máfia, para destacar que o poder da máfia é maior do que o da facção, que é maior do que o da gangue.
Obrigado por participar da nossa segunda entrevista, desejamos todo o sucesso do mundo para você e aguardamos os seus contos de terror kkk.
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